Prefácio
Antes de ter de explicar minha vida
para lhes provar que a vontade é que mesmo parecendo partir do ego, é algo
controlado pelo mundo exterior. Ou seja, a vontade apesar de parecer ter origem
no ego, é na verdade produto externo ao ego, controlado pelo mundo exterior.
Quereria colocar o título do livro
como “O homem que não tinha nada que queria”, no entanto, pareceria tragicamente
cômico. E apesar de gostar de boas piadas, o intuito desse livro é explanar filosoficamente
sobre o assunto.
Não tive a pior das vidas, mas tive
o gosto de sentir qual é a pior, a tetraplegia. No entanto, também, tive até o momento
um vida bem triste e desagradável, traumática e absurda, ao ponto de chegar as
conclusões deste livro, vontade e possessão, a filosofia do discernimento.
Introdução
Vamos considerar que a princípio a
consciência é um estado subjetivo da linguagem. Digo isto porque existem inúmeros
estudos científicos com inteligências artificiais que leem o pensamento e
inclusive já saiu estudo provando a intrusão de pensamento e controle motor em
ratos, sendo assim, a linguagem é a base da consciência.
Em uma espécie de pampsiquismo em que
o pensamento, o ego, flui de fora para dentro, como uma telepatia involuntária,
que “escolhemos” o que é “nosso” ou não.
Essa telepatia involuntária e as
versões que escolhemos do que é nosso ou não vem de nós mesmos, a autoria do
pensamento como escolha do que é nosso ou não dentro do ego, não nos pertence.
Ainda assim possuímos uma escolha limitada e falarei mais disto no final.
Vamos usar o SNC (sistema nervoso central)
e o diluirmos nos seus processos. Sabemos que ele é completamente ou quase totalmente
isolado do mundo exterior, sendo o SNP (sistema nervoso periférico),
responsável por lhe trazer essas informações. Então, dado ao estímulos posteriores
com os atuais, o SNC tem uma reação motora ou um pensamento no ego. Agora,
porque acredita-se que essas respostas vem do ego ou tem autoria no ego? É
questionável.
Se o SNC processa por recepção de
informação pelo SNP, ele está apenas ressignificando o que já apreendeu da
linguagem apreendida e não está criando algo novo. Na verdade essa linguagem
apreendia é essa que comumente nos comunicamos e ela não se origina no ego.
A linguagem não nos pertence e não
tem autor senão ela mesma. Ela é por si só uma evolução constante da Inter
comunicabilidade dos envolvidos. E se formos pegar o pampsiquismo para avalia-la,
poder crer que ela seria a autora dos nossos pensamentos, como um entidade viva,
talvez semelhante com o que Carl Jung dizia sobre o inconsciente coletivo ou o
que Rupert Sheldrake fala sobre os campos mórficos. Algo muito semelhante a
isto.
Significado
de Vontade
Como a faculdade que tem o ser humano
de querer, escolher, de livremente praticar ou deixar de praticar certos atos.
Também significa uma força interior que impulsiona o individuo a realizar algo,
atingir seus fins e desejos.
Tem alguns sinônimos, oitenta e quatro,
que possuem nove sentidos.
Dos nove sentidos, estarei apenas a
usar um, ao qual se refere o assunto do livro.
A possibilidade de escolher, com os sinônimos,
escolha, arbítrio, opção, opinião, parecer, bel-prazer, moto-próprio, mando,
poder, mercê, nução, talante, alvedrio, alvitre, alvidrio, volição, líbito.
Exemplo: “Essa é a minha vontade, quer
concordem, quer não”.
Vontade é a capacidade através da
qual tomamos posição frente ao que nos aparece. Diante de um fato, podemos desejá-lo
ou rejeitá-lo. Ante a um pensamento, podemos afirmá-lo, negando ou suspendendo
o juízo sobre ele.
Significado
de Possessão
No dicionário, significa capital, metrópole,
também posse sobre algo.
Seria o oposto de vontade, já que
tem seu significado como o a ausência da vontade ou como uma entidade ou
persona tomando conta da mente do indivíduo.
É também comumente, pela teologia
atribuído a demônios tomando posse de pessoas. Pode ser também atribuído a um
estado de descontrole mental, emocional, geral.
Discernimento
Discernimento é atribuído a indivíduos
que sabem o que é certo e o que é errado. É uma virtude moral que cabe a cada
cultura em seu determinado tempo.
Este livro não cabe o moralismo de
cada cultura, mas apela que o discernimento é o limiar moral que auxilia o SNC
a fazer suas escolhas e expressar a vontade da forma que parece ao indivíduo.
No entanto, não existe
discernimento, como também não existe a vontade, todos ambos ou todos estão possessos
pelo nosso ego acreditando o contrário, que estamos no controle.
Mesmo que resolvamos faze uma “escolha”
aleatória, está escolha virá de uma base de dados pré-estabelecida em nossa
memória e não vira a primor uma palavra nova sequer, com significado, criado
pelo autor, simultaneamente, o nosso cérebro não faz isso.
Essa base de dados em nossa memória veem
do aprendizado do SNC e não faz muito diferente de uma inteligência artificial
geral ou simples, pela única diferença sendo o meio pelo qual a informação
transita.
Mapa
da linguagem
Em uma I.A. processadora de
linguagem natural, todas as palavras de um dicionário estão dispostas em um
vetor vertical dentro de um plano cartesiano. Palavras semelhantes e opostas
tem valores aproximados, enquanto palavras distintas tem valores mais
distanciados.
É através deste vetor vertical que
uma inteligência artificial consegue entender a linguagem, se os valores vetoriais
das frases ficarem muito distantes entre elas, a frase não fará sentido.
É através este tipo de mapa que é
possível criar uma linguagem ou código sublimar.
Imagine que pudéssemos pegar os
valores do vetor horizontal de cada palavra dentro de um frase, com um sinal.
Assim de forma lógica poderíamos mapear, com sinais e valores os caracteres
escolhidos como numa forma de triangulação ou quadrangulada através da
linguagem.
Por exemplo, poderíamos naturalmente
convencionar que cada vogal equivale aos ângulos, ou quadrantes de um plano
cartesiano, sendo a primeira vogal, o centro, o ego.
Em seguida as consoantes poderiam
referenciar distancias. Então desta forma em uma frase ou duas, poderíamos ter
mentalmente um mapa de coordenadas de objetos ou objetivos, através deste mapa
de sinais e palavras.
A
mente como antena
Pessoalmente, tenho sonhos que se
realizam no futuro, de sonhar com um local ou situação que ocorre posteriormente.
Sei que é comum isto acontecer com algumas pessoas.
É como se a mente recebesse informações
do que aconteceria. Como se um grupo de telepatas governasse todas as histórias
fazendo seus hospedeiros viverem suas novelas seguindo seus roteiros.
Imagine que esse grupo de telepatas
usam-nos, pare se comunicarem, como uma outra espécie de mapa da linguagem,
como alienígenas mentais, que possuem todos os indivíduos, numa massa orgânica
e subliminar, semelhante ao inconsciente coletivo ou aos campos mórficos, a
moldar o mundo ao seu redor, pelo mundo das ideias que Platão referenciava,
como um mundo imaterial constituído dos pensamentos.
Ora, veja, de acordo com cientistas,
o presente temporal está aproximadamente a quinze segundos no futuro.
Este presente é escuro e imaterial,
já que a luz ainda não o alcançou.
Devido a luz tem velocidade limite e
ainda por cima perder velocidade meios a meios diferentes do vácuo, como o meio
aquoso cerebral, então as informações do presente temporal levam um grande
tempo para se realizar na mente, dentro do SNC.
O estranho disto tudo é que para cada
observador estar no futuro de outro observador, como locutor e ouvinte, e ao
mesmo tempo no passado, por conta de luz ter velocidade limite, novamente,
causa tamanha estranheza em relação a realidade do tempo, associado a essa defasagem
do presente instante, que se torna ou parece misterioso demais desvendar, mas é
assim.
A mente humana, considerando
cientificamente Platão e seu mundo imaterial de ideias, pode nos permitir
acreditar que toda a vida sempre existiu e nunca deixou de existir neste mundo.
Ou seja, vir a existir é um fim sem
volta, onde poderíamos continuar existindo mesmo que nosso corpo físico não
exista mais, dado que, a unica entidade que possuí vontade é a própria
linguagem e a partir dela, tudo vem a existir, partindo então ao pampsiquismo,
onde tudo tem consciência, estado subjetivo da linguagem.
Só para frisar que a informação não
pode ser destruída de acordo com as leis da física.
O
poder da escolha
Ainda que tudo pareça fora de nosso
controle e que a entidade linguagem é o mundo exterior e que faz a nossa mente,
ainda parece que podemos escolher e.g., entre gato e rato, ou gato e cachorro.
Como explicar isso? Qual poder temos
sobre a linguagem?
Temos certo poder sobre o que vem em
nosso pensamento e até podemos fazer escolhas rudimentares, mas a origem disto
ainda é desconhecida, apenas sabemos que temos esse poder.
Escolhemos e podemos atribuir essa à
nossa vontade ou discernimento ou a falta dele.
Ekhart Tolle, atribuiu o pensamento
ao fato de deixamo-lo ir e vir sem fazer julgamentos, no livro o poder do
agora, mas insto é pedir para a largarmos a ou deixarmos o discernimento de
lado e isto não é bom. É como se deixamos a linguagem livre para pensarmos
coisa ruins.
Seguir este caminho é como abster-se
da responsabilidade sobre a comunidade e a linguagem.
Por favor, estamos considerando aqui que a linguagem é um entidade
ou consciência, então o que esperar dela se não coisas boas?
No entanto, se mesmo assim
escolhemos o que pensar, tenhamos discernimento no que pensar.
Não apenas isto, caso não seja
apenas a linguagem a infiltrar em nossos pensamentos, mas outras pessoas também,
vide que realmente fizeram um rato andar em círculos a distância, apenas
manipulando seus neurônios no SNC do rato, então é de suma importância
identificarmos os autores dessa intrusão mental.
Intrusão mental, caso existam mesmo
telepatas, ou alguma tecnologia que nos infira pensamentos dentro do ego à distância.
E isto deveria ser crime. A mente unicamente o SNC de cada um deveria ter para
si a sua própria unicidade, pois se fazem intrusão, se torna muito fazer
controlar e fazer pessoas cometerem crimes que não cometeram, por estarem
possessos.
Ou seja, em determinado momento no
tempo, dado a possibilidade tecnológica de intrusão mental, poderíamos nos
transformar em robôs se não nos cuidarmos ou deixarmos este assunto à revelia.
Se este é o caso, então deveria
existir um órgão na sociedade responsável por averiguar e descobrir quem são os
autores do pensamento.
Primeiro porque existem coisas muito
erradas acontecendo diariamente no mundo e sabermos se os autores desses coisas
erradas não são ou estão executando essas coisas a bel-prazer ou à vontade de
outrem.
Citações
semelhantes
Carl Jung citara o inconsciente
coletivo, Rupert Sheldrake falou algo similar sobre campos mórficos.
Há algo não natural, ou melhor dizendo,
não intuitivo entre o pensamento e sua autoria, ora parece termos vontade, ora
parece que os pensamentos vieram do além.
É bem fácil diferenciar isto, baste
querermos não pensar e logo do além vem um pensamento, como se alguém estivesse
desejando uma resposta do nosso ego.
Se a linguagem é uma entidade
vivente e consciente, vivemos uma realidade pampsiquista ou seriam alienígenas mentais
desesperados por respostas numa ou não inconsciência coletiva ou mórfica.
Fato é que precisamos urgentemente
de um órgão competente para descobrir essa verdade, o quanto antes.
A
Demotéica
Demo de povo, cada um, todos e téica
de teísmo, crença, religiosidade. Ou seja, “A crença de todos”.
Demotéica seria o órgão da sociedade
responsável por essa descoberta, de quem ou o que é responsável ou autor dos
pensamentos, se isto vem de um pampsiquismo ou de algo coletivamente ou
individual.
Este órgão tem como função abrir as
portas do nosso conhecimento para que possamos entender de onde vem e para onde
vão os pensamentos.
Escolha
limitada – Porque um e não outro
Por que nossa escolha é limitada?
Por exemplo, porque escolhemos geralmente
entre gato e rato ou gato e cachorro ao invés de nos parecer uma dúvida de uma
lista de animais para escolhermos. Por que o subconsciente nos dá uma resposta
pronta e limitada?
Parece que nossas escolhas não são
tão livres quanto nos parece ser, à vontade.
Ou seja, se existe uma vontade
dentro de nós, o que parece é que é bem limitada.